segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ROTEIRO DE CAMPO NO PARQUE ESTADUAL DO TURÍSTICO DO ALTO RIBEIRA: PETAR

1 – INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende elaborar um roteiro de campo no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), extremo sul do Estado de São Paulo. Entre as cidades de Iporanga e Apiaí, com proposta de atividades visando o estudo da Geografia Física da área em estudo.

2 – OBJETIVOS

Objetivo geral
• Elaborar um roteiro de campo do Parque Estadual Turístico Alto Ribeira o PETAR.

Objetivos específicos
• Observar os aspectos geológicos e geomorfológicos do Parque Estadual do PETAR;
• Demonstrar a importância da pesquisa de campo para o estudo da Ciência Geográfica;
• Analisar de que forma a percepção e a cognição contribuem para a apreensão da paisagem e do meio ambiente.

3 – DESENVOLVIMENTO
Este Trabalho de Campo (TC) se constitui num instrumento extremamente significativo e necessário ao processo de ensino e aprendizagem de Geografia, possibilitando aos alunos de estabelecer a relação dos conhecimentos adquiridos em contexto de sala de aula com a realidade envolvente, ou seja, ultrapassar além dos as fronteiras estabelecidas, sempre em busca do conhecimento e experienciar outras realidades.
O trabalho de campo, não possui virtudes apenas para o desenvolvimento da pesquisa científica, mas através da contribuição do geógrafo, busca, satisfazer a curiosidade da sociedade sobre o mundo em que vivem. Se ao geógrafo cabe a função de satisfazer esta curiosidade, ele precisa compreender e apreciar os lugares e para isso, a necessidade do trabalho de campo. Segundo HART apud KOZEL (1996), “uma boa Geografia começa pelo olhar”.

3.1 – Percepção e cognição ambiental
As bases da percepção são fisiológicas e anatômicas, ocorrendo mediante os órgãos sensoriais. No que tange à percepção ambiental, é mais usual lançar mão da percepção visual. É através da visão que os homens se expressam e se comunicam mais frequentemente. O mundo moderno é visual, feito de cores e formas, principalmente.
As variáveis fundamentais da percepção são espaciais e temporais, pois o nosso mundo tem extensão e duração.
Após várias décadas investigando mediante a percepção geográfica os estudos agora estão se voltando para a cognição ambiental. Não mais se restringindo às pesquisas perceptivas, os trabalhos têm sido atualmente mais ligados ao conhecimento, à cognição.
Cognição é conhecimento e é um processo. A discussão epistemológica do processo de cognição implica considerar alguns estágios tais como: percepção, mapeamento, avaliação, conduta e ação. Como o processo cognitivo é amplo, dinâmico e interativo, cada estágio influi o seguinte. Convém ter em mente a afirmação de que a natureza e a sociedade funcionam holisticamente, pois os fatos e fenômenos se processam conjuntamente, um é causa de um efeito, que se torna por sua vez, causa e efeito, dependendo do foco e do interesse que temos no momento.
Em um primeiro momento a percepção é individual e seletiva, sujeita aos seus valores, suas experiências prévias e suas memórias. Ao passo que na etapa seguinte, o mapeamento está submetido aos filtros culturais, sociais e ainda individuais.
Segundo OLIVEIRA apud KOZEL (1996) “na compreensão da realidade há diferenças entre ênfases para atingir as dimensões espaço-temporais; deve-se, portanto, proceder a uma leitura holística do meio ambiente: o físico e o humano, a percepção e a cognição.”.
Segundo LIMA apud KOZEL (1996) “paisagens emergem de uma única paisagem: horizontes são revelados a cada novo olhar ou reflexão, a cada momento em que um outro caminho a ser trilhado apresenta cenários e dimensões diferentes. Estes cenários ao abarcarem uma multiplicidade de componentes e estruturas paisagísticas imbricadas, trazem em si elementos naturais e culturais em interações constantes, marcando assim a identidade da paisagem. (...) A realidade paisagística construída mediante suas dimensões do concreto e do imaginário, do visível e do não-visível, é traduzida em percepções sucessivas, complementares, refletidas nas transformações de atividades e condutas concernentes ao meio ambiente”.

3.2 – Roteiro de campo
As propostas de atividades no Parque Estadual do Alto Ribeira : PETAR estão voltadas para a compreensão dos aspectos geológicos, da geomorfologia e da ecologia do local. Consistem em visitas:
• parque;
• cavernas;
• os rios e trilhas.

3.3 - O Parque
Foi criado em 1958 no mês de maio pelo Decreto Estadual n. 32.283, criando a entidade jurídica do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), Estado de São Paulo. O Parque localizá-se no sul do Estado de São Paulo, entre as cidades de Apiaí e Iporanga.
O PETAR possui uma área de 35.712 hectares, visando resguardar e proteger o rico patrimônio natural da região do Alto Ribeira, representado pela importante biodiversidade dos remanescentes de Mata Atlântica, pelos sítios paleontológicos, arqueológicos, históricos e por abrigar uma das províncias espeleológicas mais importantes do Brasil.
Geograficamente, o PETAR é situado a 24° 38’ latitude Sul e 48°50’ longitude Oeste. A área está inserida numa região climática de transição entre o clima quente das latitudes baixas e o clima temperado mesotérmico das latitudes médias, típico da região sul. NIMER (1977) classifica o clima da área como subquente e superúmido, sem estação seca. As médias térmicas anuais normalmente encontram-se entre 20º a 22º C. As amplitudes térmicas anuais são relativamente baixas, em grande parte devido à presença da vizinhança oceânica.

Na região, este clima permite o desenvolvimento da Floresta Perenifólia Higrófila Costeira (ALONSO, 1977), que apresenta uma fisionomia alta e densa, conseqüência da variedade de espécies pertencentes a várias formas biológicas e estratos. O grande número de epífitas, fetos arborescentes e palmeiras dá a esta floresta um caráter tipicamente tropical.

O Petar encontra-se sobre o flanco sudeste da Serra de Paranapiacaba, com relevo montanhoso e amplitudes topográficas de até 700m. Esta área constitui a Serrania do Ribeira (IPT 1981), representando a zona de transição entre o Planalto Atlântico, a noroeste do parque, com cotas entre 800 e 1200m, e a Baixada Costeira, a leste-sudeste com altitudes máximas em torno de 600m.


Figura 1 – Localização do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR).


3.4 - As Cavernas
Os atrativos mais procurados pelos visitantes do PETAR são as cavernas. Atualmente são conhecidas cerca de 200 cavernas na região do parque e arredores. A caverna com maior desenvolvimento planimétrico é a caverna Santana, com 6300m, enquanto o maior desnível é encontrado ao longo da caverna Água Suja, com 297m.



Figura 2 – Localização das principais cavernas em relação ao perímetro do PETAR e os núcleos de visitação. No quadro menor, localização das cavernas nos arredores do parque.

A formação geológica do PETAR é calcária. O calcário é uma rocha sedimentar, isto é, forma-se através de “restos” sob pressão. No caso, o calcário é formado por carapaças e ossos de animais marinhos, que foram se depositando no fundo do mar e com o tempo compactadas. As cavernas calcárias são formadas principalmente por um mineral que se chama calcita (CaCO³).
3.5 Os rios do Parque
A água proveniente de chuva ou de rios abre pequenas frestas no calcário, e vão descendo até as cavernas. Junto com essa água desce a calcita dissolvida, que é o mineral que gera os espeleotemas. Ao gotejar, o CO2 se desprende, a calcita cristaliza dando origem a estalactites, ou estalagmites, ou se ficar muito tempo gotejando irá unir uma estalactite com uma estalagmite formando uma coluna, e desse modo vão se formando os diversos espeleotemas. Os espeleotemas mais comuns são as estalactites e as estalagmites, mas existem outros como as cortinas, as pérolas sedimentares, as colunas, os cálices, etc. A água é o principal fator para a ocorrência dos espeleotemas, que são das seguintes maneiras:


FOTO 1 – Parque Estadual do Alto Ribeira (PETAR) -
Fonte: google

3.6 - Trilhas do parque
O PETAR possui várias trilhas que normalmente são usadas como acesso as cavernas e cachoeiras da região. A mais famosa delas é a trilha do Betari que leva ate as cachoeiras das Andorinhas e Beija-flor passando pela caverna da Água Suja e Cafezal. Essa trilha segue margeando o rio Betari e possui aproximadamente 4 km. A sua beleza cênica encanta os amantes da natureza.
O parque exige a presença de monitores locais para a visitação dos roteiros turísticos no seu interior. Os monitores do PETAR vão alem de uma pessoa que apenas sabe mostrar o caminho. Eles possuem conhecimento de geologia, botânica, e conhecem muito bem as cavernas, a fauna e flora local. Eles conhecem o mecanismo de formação das cavernas e vão explicar como essas imensas cavidades foram criadas. Durante o roteiro turístico eles explicam como os espeleotemas (formações das cavernas) são formados. Você vai conhecer as condições de formação dos estalactites, dos estalagmites, das cortinas, dos travertinos etc. Eles atuam através das associações de monitores da região, ou de uma empresa de turismo local, ou de forma independente. Quem não conhece a região o melhor caminho é procurar uma dessas empresas locais ou solicitar as pousadas para apresentar um desses monitores.

3.7 – Descrição geológica do PETAR.
O contexto geológico regional é o da Faixa Dobrada Apiaí, composta pela seqüência metassedimentar supra-crustal vulcano-sedimentar, genericamente denominanda de Grupo Açungui, o qual é compartimentado em blocos tectônicos seguindo um sistema de zonas de cisalhamento transcorrentes com direções NE-SW (Campanha 1991 e IG 1999). O PETAR localiza-se no bloco tectônico do Lajeado, limitado a norte pelo lineamento Quarenta Oitavas e a sul pela falha da Figueira. Este bloco é ocupado pela seqüencia metassedimentar de baixo grau metamórfico do Subgrupo Lajeado, composta por unidades pelíticas, psamíticas e carbonáticas, incluindo um corpo de gabro no topo. As rochas carbonáticas pertencem às Formações Bairro da Serra (com metacalcarenitos e metacalcilutitos impuros calcíticos e dolomíticos), Mina de Furnas (com metacalcarenitos e calcilutitos laminados) e Passa Vinte (metacalcarenitos dolomíticos). A primeira tem maior expressão em área, tanto no Petar, como no Bloco Lajeado.

4 – CONCLUSÃO

Conclui-se que, o trabalho de campo é fundamental para a compreensão do espaço em que vivemos, pois o geógrafo está sempre em busca “do conhecer” outras realidades, vivências e experiências, neste sentido, o roteiro apresentado vem ao encontro destes propósitos, auxiliando-o na busca constante do aprendizado.

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KOZEL, S. Didática de Geografia: memórias da terra: o espaço vivido. São Paulo: FTD, 1996.
Disponível em << www.expedicaoparquesnacionais.com.br >> Acessado em 22/04/2010.
Disponível em << www.overmundo.com.br >> Acessado em 22/04/2010.
Disponível em << www.pontagrossa.pr.gov.br >> Acessado em 22/04/2010.
Disponível em << www.tibagi.uepg.br >> Acessado em 22/04/2010.
Disponível em << www.wikipedia.org >> Acessado em 22/04/2010.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PRINCIPAIS CATEGORIAS DE ENSINO E SUAS CONTRIBUIÇÕES

O texto apresenta relação do homem e sua construção dentro do processo de educação. Antes de qualquer coisa é necessário saber discriminar os pontos que merecem ser investigados.
Um primeiro ponto a ser considerado é a complexidade humana. O homem vive conforme o ritmo que a sociedade imprime. A mesma molda o ser humano para atender a suas necessidades, por meio de suas imposições cotidianas que regem as atividades sociais, como a economia, consumo, ciência, cultura e outros. Neste sentido a sociedade cria o homem para si. O ser humano em sua naturalidade é capaz de estabelecer relações com os outros, interferindo e modificando o seu meio, num processo de auto-organização a partir de sua dimensão ética que reflete seus valores, escolhas e percepções do mundo. O homem se recria, dentro de uma sociedade pela educação. Por meio de um complexo social a formação do homem é apenas uma parcela dessa estrutura.
A educação integra propostas educativas oriundas de concepções teóricas e ideológicas distintas. Num amplo sentido a educação diz respeito à existência humana e seu processo de formação. Educar é um processo que exige mudanças significativas e essas mudanças não vêm apenas dos docentes e de sua prática ou de sua formação de magistério, mas está na falta de planejamento, interesse e investimentos do governo, contudo, o governo culpa os professores pela má qualidade do ensino, mas não enxerga o verdadeiro problema e tenta resolvê-lo com receitas prontas e acabadas. Outra situação grave é a falta de tempo dos pais ou até mesmo falta de interesse, em interagir no ambiente escolar dos filhos, isso ocorre em grande escala nas grandes cidades e capitais, pois a necessidade de trabalho faz com que o pai deixe o filho na escola para ser educado pelos professores, assim o papel do docente dobra e fica mais complexo.
O problema da educação é também um problema estrutural. A escola pública no Brasil tem muito problema predial, no documentário de Vieira Pinto “Pro dia Nascer Feliz”, mostra a Escola Estadual Dias Leme, da pequena cidade do interior de Pernambuco, chamada Mandarí, onde a menina Valéria estuda possui condições muito precárias no que tange às condições sanitárias. Em outra escola em Duque de Caxias Rio de Janeiro, o garoto convive diretamente com uma facção de traficantes de drogas. Em outra realidade em uma escola paulista, algumas alunas são protagonistas de uma realidade diferente, vivem num mundo de ”rosas”, tendo seu maior problema em ir à natação ou fazer parte de algum trabalho voluntário social.
O filme retrata uma realidade da social, onde o local não transforma somente o homem, mas também reflete nas instituições escolares poucas assistidas pelo governo.
A pesquisa intitulada como “A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS MIDIÁTICOS NO ENSINNO DE GEOGRAFIA”, tem como objetivo elaborar uma seleção de recursos midiáticos que possa auxiliar o professor a interagir de forma eficiente, e consequentemente proporcionar o desenvolvimento do aluno no seu processo de ensino-aprendizagem de geografia no Ensino Fundamental. Diante dessas novas possibilidades, a escola e seus professores podem se organizar para estas mudanças inevitáveis. Mas o desafio esta aí, de buscar novas técnicas, afim de proporcionar saberes inimaginaveis para os alunos que não tem acesso a essa tecnologia. O papel do professor neste contexto, é preparar o aluno para a sociedade, ou seja para o mundo de amanhã.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A LITERATURA COMO FERRAMENTA INTERDISCIPLINAR NO ENSINO DE GEOGRAFIA

A LITERATURA COMO FERRAMENTA INTERDISCIPLINAR NO ENSINO DE GEOGRAFIA1
OLIVEIRA, Alan C. Araújo de2
MOURA, Aparecido Roberto de3

RESUMO: Nos últimos anos, a Geografia tem buscado em outras áreas um trabalho interdisciplinar, lançando mão de outras fontes de informação e redescobrindo na Literatura um instrumento que provoque interesse e proporciona curiosidade sobre a leitura do espaço e da paisagem. O presente texto busca contribuir para a utilização de vários recursos no ensino de Geografia, permitindo realizar relações interdisciplinar. Poemas, romances e crônicas são um material valioso para mostrar, por pontos de vistas diferentes, como o homem e o ambiente interagem. A importância de construir um ensino interdisciplinar reside na integração do ensino à realidade, formando alunos capazes de compreender a sociedade da qual fazem parte como indivíduos.
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Palavras-chaves: geografia, literatura, paisagem, ensino, texto, poema “Morte e Vida Severina”.


A LITERATURA COMO INSTRUMENTO INTERDISCIPLINAR NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Até bem pouco tempo a Geografia começou a refletir sobre o impensável. Hoje, muitos trabalhos se debruçam sobre a arte em geral colocando em cena a relação entre a Geografia e a Literatura, o que vem abrindo muitas possibilidades de pesquisa. O uso da Literatura, da arte em geral também se faz presente em outras disciplinas, pois muitos dos conteúdos estão interligados.
Nos últimos anos, varias pesquisas com base na produção literária, vem contribuindo com o Ensino de Geografia, abrindo possibilidade de um entendimento real e objetiva a partir da inter-relação entre a linguagem científica e a linguagem artística. O geógrafo tem o papel de produzir matérias que busque explicar a espacialidade de uma escala, e esse processo pode ser enriquecido com a

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¹ Artigo elaborado como proposta pela disciplina [...], ministrada pela profª. [...], da Especialização [..], da Universidade Estadual de Londrina.
Literatura, que se torna ferramenta para o exercícios geográficos, ao fornecer uma síntese sobre uma realidade ou um determinado lugar. Para Brosseau, as informações que os textos literários os poemas e romances, apresentam, são de grande importância dos para a Geografia, pois, as representações feita pelos autores e sua capacidade em reproduzir as paisagens com grande objetivo valorizam as paisagens, os lugares e os homens, servindo de ferramenta para o exercício geográfico, ao fornecerem uma síntese sobre os lugares. (Brosseau,1996).
O lugar, para Tuan (1983, p. 14), “é uma concreção de valor, embora não seja uma coisa valiosa, que possa ser facilmente manipulada ou levada de um lado para o outro; é um objeto no qual se pode morar, isto quer dizer que o lugar é um mundo de significado organizado”.
De acordo com PCN's (1999, p.39/40) a Geografia é em si um saber interdisciplinar, abandonou sua posição de se constituir como uma ciência de síntese, ou seja, capaz de explicar o mundo sozinha, por isso busca a necessidade de relacionar-se com outras ciências, ultrapassando seus limites conceituais sem, no entanto perder sua identidade e especificidade. Na sua busca por pensar o espaço enquanto totalidade, de estabelecer uma unidade na diversidade e de abrir outras possibilidades mediante a visão de conjunto a Ciência Geográfica pode ajudar a romper a fragmentação factual e descontextualizada.
Para trabalhar os textos literários em Geografia, o professor precisa definir os objetivos da leitura e escolher as publicações que melhor se adaptem aos conteúdos a serem ensinados. Os pontos que serão focados devem estar claros. Definido o livro, há duas opções: usar a obra para finalizar o estudo de um assunto e ilustrar os conteúdos que a turma aprendeu nas aulas anteriores ou apresentá-la aos alunos para dar início à discussão de um tema que será aprofundado com o apoio do livro didático.

ABORDAGEM SOBRE O AUTOR E SUA OBRA
Este texto está direcionado ao poema de João Cabral de Melo Neto “Morte e Vida Severina”, que conta a saga do retirante Severino ao deixar o sertão da Paraíba em busca de um futuro melhor na capital, monstrando-nos além da descrição da paisagem, os detalhes sobre a vida da população.
O poema Morte e Vida Severina é um Auto de Natal do folclore pernambucano e, tem inspiração nos autos pastoris medievais ibéricos, além de espelhar-se na cultura popular nordestina. É o texto mais popular de João Cabral de Melo Neto. A obra se caracteriza por uma narrativa dramática e pelo uso de uma linguagem lírica, em que apresenta a saga do “povo sertanejo” na pessoa de Severino, personagem-protagonista, um retirante nordestino, que abandona o sertão, em face da opressão econômico-social, rumo ao litoral em busca de sobrevivência.
Morte e Vida Severina foi escrito entre 1954-55, por encomenda pela diretora do teatro Tablado do Rio de Janeiro, Maria Clara Machado, pedira que João Cabral de Melo Neto escrevesse algo sobre retirantes. O poeta escreveu, então, um grupo de poemas dramáticos, para "serem lidos em voz alta" e os dedicou a Rubem Braga e Fernando Sabino, "que tiveram a idéia deste repertório". Na obra João Cabral traça uma linha dorsal de Pernambuco, passando por todas as paisagens nordestinas: sertão, agreste e zona da mata, até chegar no litoral.
Cabral se autodenominava, “poeta do concreto”, como procura sempre falar das coisas que têm materialidade como paisagens e objetos; era avesso às abstrações típicas das poesias líricas e românticas. Com um estilo assumidamente frio, racional e antilírico, o autor, que viveu por mais de quarenta anos a serviço da carreira diplomática, o que o levou a morar em locais como Espanha, Suíça, Paraguai, Senegal, Equador, Portugal entre outros, jamais esqueceu suas raízes pernambucanas. O poeta produziu sua obra a partir da memória, o que dotou sua produção de representações poéticas lembradas, levando o Pernambuco, o Recife e o Capibaribe para o mundo.

VALORIZAÇÃO DO LUGAR NA VISÃO DO AUTOR
Ao observarmos o texto, sem uma análise profunda, encontramos metáforas que serve como elementos de decodificação dos processos de reprodução social que se utiliza a paisagem como importante meio de comunicação. As percepções que os indivíduos, grupos ou sociedades têm do lugar nos quais se encontram e as relações singulares que com ele estabelecem fazem parte do processo de construção das representações de imagens do mundo e do espaço geográfico. Tuan (1983, p. 40) acrescenta que “os lugares, assim como os objetos, são núcleos de valor, e só podem ser totalmente apreendidos através de uma experiência total englobando relações íntimas, próprias do residente, e relações externas próprias do turista”. O lugar torna-se realidade a partir da nossa familiaridade com o espaço, não necessitando ser definido através de uma imagem precisa, limitada. Quando o espaço nos é inteiramente familiar, torna-se lugar. As vivências e a memória dos indivíduos e dos grupos sociais são, portanto, elementos importantes na constituição do saber geográfico. A paisagem sempre foi um elemento constante, a representação do concreto, talvez pela sua imagem, os aspectos materiais concretos nelas contidas, permiti a visualização e materialismo dos sistemas culturais de uma dada ordem social. Por seu fascínio e busca do racional e do concreto, a paisagem, a geografia e a história serviram a João Cabral como forma de tornar sua poesia localizada, correspondendo a fatos e lugares, além de ajudar a dar visibilidade, produzindo imagens a partir de imagens. Neste poema, podemos encontrar não só a paisagem e a geografia nordestina, como também os aspectos levantados anteriormente, como a relação de Cabral com o Capibaribe, com Recife e com Pernambuco.

CARACTERÍSTICAS DAS POESIAS DE JOÃO CABRAL
As características da poesia de João Cabral, embebida de uma preocupação com o concreto e de dar corpo, dar imagem ao pensamento, são um primeiro convite a um olhar geográfico. A paisagem e a própria geografia, enquanto espacialidades, estão presentes em toda a sua obra. Especialmente naquelas que falam ou se referem à sua terra natal, o poético emerge do material, assumindo feições telúricas, e por isso uma espacialidade sempre está implícita e, em grande parte das vezes, explícita.
O texto apresenta verso heptassilábico chamada medidas velhas. A rima conduz à estrofação regular (que sempre foi uma característica de poemas compostos com versos isométricos) , por exemplo:

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.

A temática está na sua linha narrativa, que seguem dois movimentos que aparecem no título: "morte" e "vida". No primeiro, temos o trajeto de Severino, em direção a Recife, representando a força coletiva de uma personagem típica: o retirante nordestino. No segundo movimento, o da "vida", o autor não coloca a euforia da ressurreição da vida dos autos tradicionais, ao contrário, o otimismo que aí ocorre é de confiança no homem, em sua capacidade de resolver os problemas sociais. Estruralmente o texto está dividida em 18 partes; no entanto, outra divisão muito nítida pode ser feita quanto à temática: da parte 1 a 9, compreende-se o caminhada de Severino até o Recife, seguindo sempre o rio Capibaribe, ou o "fio da vida" que ele se dispõe a seguir, mesmo quando o rio lhe falta e dele só encontra a leve marca no chão crestado pelo sol. Da parte 10 a 18, o retirante está no Recife ou em seus arredores e sofridamente sabe que para ele não há nenhuma saída, a não ser aquela que presenciou no percurso: a morte.
Os personagens são apresentados de forma direta, por diálogos e monólogos. Em sua caminhada para a cidade, ele encontra os irmãos das almas, que carregando um cadáver, Severino toma o lugar deles, e a partir daí, ele vai descobrindo que é a morte é uma fonte de trabalho e renda na região. Profissões como, enfermeiros, coveiros, farmacêuticos e benzedeiras, são beneficiadas pela indústria da morte. Ao longo de sua trajetória, ele assiste a enterros e cortejos fúnebres, convivendo sempre com situações ligadas à morte. Chegando no Recife, o sertanejo ouve a conversa de dois coveiros que falam sobre os retirantes que chegam para morrer na capital. Chocado e ciente de sua miserabilidade, Severino resolve se suicidar, antes, porém, conversa com José, mestre carpina, a respeito da profundidade do rio Capibaribe. Exatamente nesse momento, o mestre carpina recebe a notícia do nascimento de um menino, fato que trás muita alegria a todos. Severino assiste ao contentamento ante a notícia do recém-nascido, a quem os vizinhos, amigos e parentes, vão levar presentes e adorar como a Cristo. O poema termina com o mestre carpina, respondendo a Severino que a vida do nordestino, mesmo frágil, é uma prova da resistência desse povo e de todos os outros severinos do Nordeste do Brasil que lutam pela sobrevivência.

PROPOSTA PEDAGÓGICA UTILIZANDO A OBRA “MORTE E VIDA SEVERINA”, DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO.
A obra Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto pode ser utilizada com os alunos para demonstrar os aspectos da paisagem do Nordeste, já que na obra, fica evidente a passagem pela Zona da Mata, Agreste, Sertão e Litoral nordestino. Pode-se levar os alunos, através de exercícios, identificar os aspectos deste lugares.
Outra proposta que pode ser feito com este obra, é a relação do homem com o lugar em que vive. Através de Morte e Vida Severina, pode-se criar uma relação entre ambos e demonstrar para os alunos sobre isso. Mostrar também o valor do espaço que o homem vive a ponto de criar uma identidade com o lugar também merece destaque.
Colocando estes exemplos, pode-se aplicar ao aluno como atividade, uma pesquisa sobre a situação do Nordeste em todos os aspectos, seja social, econômico, político e natural, além disso, incentivar os alunos a buscarem outras de mesmo estilo para observarem melhor esta condição. Colocar, também, o Nordeste nos dias de hoje e fazer uma comparação com o Nordeste que está na obra e outros relatos do passado.
Desta forma, utilizando a obra Morte e Vida Severina, pode-se ensinar sobre a região Nordeste em todo Brasil. É só investigar e trabalhar de acordo com o tema.

Plano de aula direcionado aos alunos da 8° série.
Seqüência didática: Migração Nordestina
Objetivos
- Discutir o processo migratório brasileiro por meio de trechos de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.
- Ler textos literários para aprender sobre a migração.
- Produzir um mural sobre as migrações.

Conteúdos
- Leitura e interpretação de textos literários.
- Migrações internas.
- Produção de mural.

Tempo estimado: Quatro aulas.
Material necessário

O livro Morte e Vida Severina, cópias dos capítulos: O Retirante Explica ao Leitor Quem É e a Que Vai e Assiste ao Enterro de um Trabalhador de Eito e Ouve o Que Dizem do Morto os Amigos Que o Levaram ao Cemitério e mapas Brasil Político, Uso da Terra no Brasil e Circulação de Pessoas.

Desenvolvimento
1ª etapa
Mostre a capa do livro e peça que os aluno levantem hipóteses sobre a história. O que "Severina" quer dizer? Por que "morte" e "vida" aparecem nessa ordem? Comente sobre a imagem da capa e registre no quadro as impressões da turma. Aproveite para discutir sobre a migração nordestina, perguntando se eles conhecem pessoas que nasceram num lugar e foram morar em outro. Circule o livro e peça que falem sobre o tipo de texto, o gênero literário a que pertence e as características dele. Fale sobre o autor e explique o enredo.

2ª etapa
Distribua as cópias do texto e leia em voz alta o trecho Assiste ao Enterro..., utilizando recursos como paradas, velocidade acelerada ou lenta e sussurros. Discuta o trecho lido e leve todos a interpretá-lo. É um enterro? De quem? Pergunte o significado da palavra latifúndio ali. Construa com eles o sentido global do texto e, em seguida, leia a primeira parte da obra, O Retirante... Resgate as histórias que a turma já ouviu sobre a migração de nordestinos e explore as causas dela.

3ª etapa
Forme grupos e proponha que explorem as informações apresentadas nos mapas Brasil Político, Uso da Terra no Brasil e Circulação Populacional e que estabeleçam relações entre eles. Oriente-os a localizar a Região Nordeste, observar os diferentes usos da terra, relacionar a produção agropecuária com o tamanho das propriedades e identificar o destino da população migrante. Cada equipe deve relacionar a história de Severino às informações encontradas nos mapas e explicar a desigualdade na distribuição de terras no Brasil e as causas dos processos migratórios.

4ª etapa
Com base nas informações e reflexões realizadas, peça que todos montem um mural na sala de aula sobre a migração da população nordestina no Brasil.
Avaliação
Analise a participação da classe durante as atividades de levantamento de hipóteses. Organize uma pauta de observação para acompanhar o trabalho com mapas (sabe ler legendas, identificar elementos do mapa e relacionar informações) e considere a fluência e a compreensão do texto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através de obras literárias, no caso deste artigo, Morte e Vida Severina, o estudo de espaço, lugar e regionalismo do Nordeste ficam evidente, deixando aprendizado muito mais fácil, além da magia que a literatura proporciona em relação as suas obras. Fica claro a importância e a contribuição que as obras literárias podem dar a Geografia. É só escolher alguma e trabalhar com que ela pode oferecer de cultura e aprendizado.


REFERÊNCIAS
ARALDI, Adriana Rosinha. Construção do conhecimento através da interdisciplinaridade In. REGO Nelson, SUERTEGARY Dirce, HEINDRICH Álvaro Orgs. Geografia e Educação: Geração de Ambiências. Porto Alegre: Universidade/UFRGS, 2000.
ATHAYDE, Félix de. Idéias fixas de João Cabral de Melo Neto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: FBN; Mogi das Cruzes: Universidade de Mogi das Cruzes, 1998. 151p.
BASTOS, A.R V.R. Geografia e Romances Nordestinos das Décadas de 1930 e 1940: Uma Contribuição ao Ensino. Dissertação de Mestrado em Geografia, Departamento de Geografia/ USP.1993.
BROSSEAU, M. Des Romains - géographes – Essai. Paris: L'Harmattan, 1996.
KIMURA, S. Caminhos geográficos traçados na literatura, uma leitura didática. Revista Geográfica & Ensino, Belo Horizonte, ano 8, nº 1, p.131-139, jan/dez, 2002.
MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida Severina. Rio de Janeiro: Editora Sabiá 1969.
MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas para vozes. 34ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1994.
TUAN, Y. F. Espaço e Lugar. São Paulo: DIFEL, 1983.

sábado, 29 de maio de 2010

TURMA

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MARA: http://maracristinageo.blogspot.com
MICHELE: http://micheleliberati.blogspot.com/
DANIELA: http://profdanielagomes.blogspot.com/

A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO.

As TIC podem ser incorporadas na escola como suporte para: a comunicação entre os educadores da escola, pais, especialistas, membros da comunidade e de outras organizações; a criação de um fluxo de informações e troca de experiências, que dê subsídios para a tomada de decisões; a realização de atividades colaborativas, cujas produções permitam enfrentar os problemas da realidade; o desenvolvimento de projetos inovadores relacionados com a gestão administrativa e pedagógica; a representação do conhecimento em construção pelos alunos e respectiva aprendizagem.

FONTE: www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/te/tetxt1.htm

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Utilização do Livro Didático

INTRODUÇÃO

Destacando a utilização de recurso pedagógico como instrumento de aprendizagem, o livro didático ainda nos dias atuais é o principal manual de orientação do trabalho em sala de aula, apresentando o suporte necessário para a produção e reprodução de conhecimento através de sua metodologia, assim sendo seu conteúdo o mais eficaz mediador na relação entre professor e aluno. É um material impresso que possui um roteiro básico de conteúdos de uma ou várias áreas do conhecimento para cada nível de ensino. De modo geral, traz características necessárias para cada área específica do conhecimento, tais como: gravuras pertinentes ao assunto, atividades de aplicação e em muitas vezes sugestões sobre como o professor pode planejar as aulas e tratar os conteúdos. De certa forma o livro didático se constituem em matérias fortemente estruturados. Mesmo quando os livros não são “bem” estruturados, do ponto de vista técnico ou pedagógico, eles acabam dando a única estrutura visível de um curso.
A importância do livro didático, notadamente como aspecto fundamental nas políticas educacionais oficiais, fica evidente através da implantação, pelo Ministério da Educação (MEC), da prática de compra dos livros didáticos nas escolas públicas, subordinada à análise prévia realizada por especialistas e materializada através do “Guia do Livro Didático”.
O "Guia de Livros Didáticos" apresenta uma avaliação dos livros didáticos inscritos no PNLD, classificando-os em ordem crescente de estrelas - de uma a três. Os livros aos quais são atribuídas três estrelas são considerados "Recomendados com distinção", aqueles que recebem duas estrelas são considerados "Recomendados", e os livros que recebem uma estrela são aqueles "Recomendados com ressalvas". Ao final do guia consta uma relação dos outros livros analisados e que não foram recomendados, trazendo a justificativa de sua exclusão da relação de livros recomendados.
Na política educacional brasileira o livro didático também é visto como "um dos principais insumos da instituição escolar" (Brasil, 1993: 25). Entretanto, considerando que "o princípio de livre escolha pelo professor esbarra em sua insuficiente habilitação para avaliar e selecionar" (Ibid.: 25), o Plano Decenal de Educação para Todos (1993) menciona uma política do livro, que já começava a ser formulada e que, segundo o documento, deveria assegurar a qualidade do conteúdo dos livros didáticos.
O livro didático precisa, também, adequar-se ao professor, apresentando as informações científicas corretamente, com qualidade e atuais. Aliando-se a sua expertise pedagógica para que possa criticamente avaliar o material com que trabalha e conseqüentemente personalizar seu ensino.


OBJETIVO

• Facilitar a assimilação de determinado conteúdo a partir de sua apresentação por parte do orientador de forma sistematizada, ampliando e diversificando o conhecimento do aluno.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Ensina a tirar proveito do índice, vocabulário etc.;
• Auxilia a compreensão e significado do texto;
• Desenvolve o estudo e a pesquisa;
• Ampliar e diversificar o conhecimento do aluno mediante experiências, pesquisas, jogos e brincadeiras.


PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

COMO UTILIZAR
- Há muitas maneiras de utilizar o livro didático.
• Durante a apresentação do livro é recomendável explorar a sua capa, contracapa, folhas de rosto ilustrações, índice e glossário, bem como a sua própria organização (textos, exercícios, experiências etc.);
• Na leitura, convém orientar os alunos no sentido de destacar as idéias principais e estudar o vocabulário;
• Quanto aos exercícios, cabe ao professor desenvolver juntos aos alunos a habilidade de interpretação dos enunciados propostos e a autonomia gradativa. É indispensável a correção dos exercícios, por ser mais um momento importante de aprendizagem;
• O professor deve transmitir aos alunos a idéia de que os conteúdos apresentados no livro não são verdades absolutas. Quando necessário deve questioná-los, bem como os valores presentes e as informações emitidas;
• Explorar as imagens do livro, desenvolvendo nos alunos a leitura e interpretação da linguagem não verbal – cores, desenhos, fotografias, tabelas etc.

UMA POSSIBILIDADE - Essa experiência é direcionada aos alunos da 5° série.

O trabalho do professor é estruturar a partir do levantamento de dados sobre os alunos, suas expectativas, curiosidades. Trazer para a sala de aula textos relacionados com geografia, jornais, revistas, poemas e historias que recolhidas da literatura e letras de músicas. A criatividade é um dos critérios para escolha dos textos.
Pedir para os alunos anotarem tudo que foi dito em sala de aula no caderno. Em casa os alunos montam um caderno-livro, anexando os textos distribuídos. No final do bimestre o professor recolhe os cadernos para avaliá-los.
Apesar de exigir mais, tanto do professor como dos alunos, esse tipo de trabalho favorece a aprendizagem, além de fazer com os alunos adquiram rapidamente consciência do mundo que os cerca, dentro de um enfoque critico.

AVALIAÇÃO CRÍTICA

Em geral é atribuída grande importância ao livro didático. Esta importância, entretanto, não deve levar o professor a simplesmente transferir para os alunos o saber impresso no livro didático. Este deve ser um instrumento de trabalho, um reverencial, e não pode substituir a totalidade das atividades desenvolvidas na sala de aula. O professor não deve abrir mão de sua capacidade de análise, avaliação e utilização das experiências e necessidades dos alunos em função do livro didático.

VANTAGENS

• Determina a estrutura e seqüência do ensino;
• Organizar a informação;
• Planejar e sobretudo administrar as atividades em sala de aula;
• Planejar atividades complementares e exercícios para casa;
• Planejar aula.

DESVANTAGENS

• Limitação da informação;
• Rigidez dos formatos;
• Normalmente os livros didáticos adotam uma mesma estrutura formal;
• Rigidez no nível de dificuldade.

Os conceitos apresentados devem ser formulados e manipulados de maneira corrigem, porque isso irá permitir conquistas em pesquisas de aprendizagem, de forma que o professor tenha papel ativo e crítico em relação às propostas pedagógicas apresentadas. O livro poderá contribuir, também, para a avaliação da aprendizagem.

CONCLUSÃO

Do ponto de vista prático da escola ou do professor inclui uma outra variável, que é a de adequação dos materiais à situação e as condições dos alunos, dos professores e das escolas. A partir desta constatação, podemos afirmar que a postura do professor diante do livro didático é quem determinará qual função este livro desempenhará na escola pois, sendo praticamente o único material escolar que o aluno tem a possibilidade de ler, de manusear. A forma como os alunos são orientados a utilizar o livro didático na escola é determinante para uma relação edificadora entre os mesmos, para que este livro se constitua num instrumento que realmente contribua na aprendizagem significativa dos alunos, favorecendo a estes um entendimento, a partir do desenvolvimento de uma atitude crítica, sobre o verdadeiro papel dos livros didáticos na condução de seu processo de aprendizagem escolar.


REFERENCIAS

Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula/ POCHO, Lopes, C., SAMPAIO, M; Ligia Silva Leite (coord). Petrópolis, RJ; Voses,2003,
MEC: Guia dos Livros Didáticos. Brasília: MEC/PNDL, 1988. Sobre escolha de livros didáticos.
FARIA, Ana Lúcia G. de.I deologia no livro didático.2 ed. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1994.
OLIVEIRA, J. B. A. e GUIMARÃES, Sonia D. A Política do Livro Didático. Campinas: Papirus,1984.
FREITAG, Bárbara, et. all. O Livro didático em questão. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1989.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Elaboração e Utilização de Cartas Temáticas para a Caracterização de um Determinado Espaço

Instituição: Colégio Chácara da Emília
Disciplina: Geografia
Identificação da turma: 5ª série Data: 24/05/2010
Professora: Aparecido Roberto de Moura
Tema da Aula: Representação Gráfica do Espaço

OBJETIVO GERAL:
Identificar os elementos do espaço urbano, tais como, avenidas e edificações, juntamente com os elementos naturais do mesmo, utilizando as ferramentas Google Earth e Google Maps.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Situar os alunos no tema e na aula;
Identificar e analisar através de imagens os elementos formadores do espaço sugerido abrindo uma discução de sua organização espacial;
Após a problematização eles deverão estar aptos a conhecer a distinguir as diferentes características do espaço urbano específico;

CONTEÚDOS:

Representação do espaço,
Elementos formadores do espaço urbano;
Relação entre o espaço urbano e o espaço natural.

PROCEDIMENTOS OU METODOLOGIA:

Após a explanação teórica, a utilização do Google Earth e Maps é realizada de forma simultânea entre todos. Inicialmente, procuram-se elementos urbanos (ruas, avenidas, linha férrea, rodovias e edificações);
Dialogar sobre sua visualização e caracterização visual ao redor do elemento escolhido.

AVALIAÇÃO:

Entendimento do assunto através de questões lançadas durante a explicação;
Participação dos alunos durante o diálogo;
Atividade proposta;

ATIVIDADE:

Visualizar a imagem do espaço estudado gerada pelo Google Earth, identificando seus diferentes aspectos. Utilizando o mapa gráfico do local gerado pelo Google Maps elaborar uma carta temática que contenha todos os elementos do espaço urbano meio ao ambiente natural.

RECURSOS:

TICs (Computador, data show, Internet);
Google Earth e Google Maps;
Livro didático;
Matérias para a confecção da carta temática (papel, lápis colorido, caneta).

REFERÊNCIAS:

BOLIGIAN, Levon. Geografia: espaço e vivência. São Paulo: Atual, 2001.
SIMIELLI, Maria Elena. Goatlas São Paulo: Ática, 1998.
NOGUEIRA, Ruth E. (Org.). Motivações hordienas para ensinar geografia: representações do espaço para visuais e invisuais. Florianópolis: [s.n.], 2009.